terça-feira, 4 de julho de 2017

Vamos falar de: Diário de um ladrão de oxigênio

Boa noite! 
Tudo bem com vocês? <3

Ontem terminei um livro que já estava na minha lista de desejados há um bom tempo! Consegui adquiri-lo semana passada (uhuuul \o/) e, apesar de ter lido alguns comentários negativos sobre ele, decidi também compartilhar com vocês a minha opinião.





Título: Diário de um ladrão de oxigênio
Autor: Anônimo 
Editora: Intrínseca
Quantidade de páginas: 160
Publicação: 2016
Skoob












A curiosidade já começa na própria capa: O autor resolveu não se identificar.
Não sei vocês, mas eu nunca tinha lido nada de um anônimo. Sou do tipo de leitora que, após ler alguma obra, procura tudo sobre o escritor(a), seja para saber sobre a história dele(a), o motivo de ter escrito, etc. Ao menos neste caso, já no próprio livro, as circunstâncias que levaram esse misterioso homem à escreve-lo fica muito evidente, o que acabou sendo uma espécie de "consolo" para mim.
Como já se pode identificar na sinopse, o anônimo é um ser paranoico que resolveu contar sua história enfatizando sua relação com a bebida e as mulheres. Algo que o fazia sentir prazer e alegria era machuca-las psicologicamente e, para isso, ele tinha uma espécie de esquema: Assim que percebia que elas estavam apaixonadas por ele começava a lhes causar sofrimento. 

"[...] De algum modo eu conseguia atrair aquelas criaturas para o meu covil. Passava metade do tempo tentando afastá-las, mas isso tinha o efeito contrário. E o fato de elas se sentirem atraídas por um merda como eu fazia com que as odiasse ainda mais do que se rissem na minha cara e fossem embora. [...]"
P. 10

O autor é definitivamente um homem desprezível e cruel em muitos dos seus relatos, porém, além da repulsa que eu como mulher inevitavelmente senti por ele, teve outra coisa que chamou mais a minha atenção nessa história toda. É evidente que por trás de uma pessoa problemática, na maior parte das vezes, há uma história traumática (ou até várias delas) e isso é até mencionado em um determinado momento, porém o anônimo não quer que o leitor sinta pena dele, o que faz com que ele não se aprofunde nos assuntos levantados. 
Em minha interpretação, o escritor se odeia e quer que as mulheres o odeiem também, talvez por achar que merecer o ódio é uma forma de justificar tudo o que aconteceu com ele ou para se sentir superior. Enfim, há várias interpretações e coisas incompletas que, se percebidas, fazem toda a diferença.

"[...] Não somos punidos pelos pecados que cometemos; eles é que nos punem. [...]"
P.31

Claro que, em um momento de sua vida, ele decide largar a bebida, fica por anos sem se relacionar com nenhuma mulher e começa a ter uma vida profissional bem sucedida, ganhando até uma certa fama no ramo publicitário (talvez este também seja um dos motivos pelo qual ele resolveu não se identificar). É nessa fase que ele conhece Aisling e se apaixona por ela.
Sabe quando dizem que o mundo dá voltas? É bem isso que acontece! 
Não vou entrar em detalhes sobre a relação dos dois, porém, acreditem, ele teve um pouco do que mereceu e sabe disso. Como citei anteriormente, pelo que percebi, ele não queria que o leitor sentisse empatia por ele, apenas escreveu para desabafar e se proteger (quem resolver ler o livro entenderá esta parte).
Não foi uma das minhas melhores leituras (confesso), porém achei extremamente interessante entender um pouco do que se passa na mente de um homem como ele e que, convenhamos, lembra muitos por aí. 
Para finalizar, deixo uma frase que contém no verso do livro e que foi bem mencionada durante a leitura: Pessoas machucadas machucam pessoas. Não é um padrão, é claro, mas faz sentido em alguns casos. 

Espero que tenham gostado da postagem de hoje!
Até a próxima!
Por: Ellen Diniz

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