sexta-feira, 26 de maio de 2017

Vamos falar de: A febre do amanhecer

Olá pessoal! <3
Tudo bem com vocês? Eu espero que sim.
Nos últimos dias, li o meu primeiro livro de ficção húngara e precisava dividir o que achei da experiência com vocês. :)

Recebido no último encontro com livreiros da editora Companhia das letras (caso não tenha visto a postagem sobre o evento, clique aqui), a obra A febre do amanhecer foi um dos grandes lançamentos deste semestre.




Título: A febre do amanhecer
Autor: Péter Gárdos
Editora: Companhia das letras
Quantidade de páginas: 216
Publicação: 2017
Skoob













Baseado em uma história real e que, por sinal, é sobre os pais do próprio autor, o livro tem como personagens principais Miklós e Lili, dois judeus que sobreviveram ao holocausto. 
Em 1945, após serem libertados dos campos de concentração, não só eles mas como outros sobreviventes são enviados à Suécia e lá mantidos em hospitais. Por mais que a guerra tenha terminado, ela ainda deixou sofrimento e  consequências para essas pessoas.
Miklós, na época um jovem de 25 anos, é alertado pelo médico que terá no máximo seis meses de vida devido a tuberculose que já se encontra em estado avançado. O rapaz não aceita a sua sentença e resolve que quer encontrar uma moça para casar, então, ao verificar uma listagem de suas conterrâneas que se encontravam em hospitais próximos, escreve exatas 117 cartas e começa a sua seleção.

[...] Eu me sinto cansado. Vinte e cinco anos e tanta, tanta coisa ruim. Eu não tenho como lembrar de uma bela vida familiar harmoniosa: Não faz parte de minha história. Talvez seja por isso que eu procure por uma tão desesperadamente. [...]
Pg. 92

E é nessa troca de correspondência que ele conhece Lili Reich, uma moça de 18 anos que está internada em um hospital em Eksjö se tratando de problemas renais. A troca de cartas é constante e é por meio delas que eles passam a ter um relacionamento.
Duas coisas me levaram a ler o livro com antecedência. A primeira é que sou uma grande fã de cartas e do que elas podem transmitir às pessoas e a segunda foi o grande ênfase que aparece sobre a história de amor já na capa do livro. Certo, realmente essas duas coisas aparecem, porém não as colocaria como foco.
Não sei se por publicidade ou por algum outro motivo os pontos fortes do livro ficaram fora da sinopse. Sendo sincera, não o indico como livro de romance, mas sim como um livro de relatos de sobreviventes. Após a guerra, há sempre nos livros de histórias e nos noticiários a quantidade de mortos, porém, por mais que se mencione os sobreviventes, não se é muito enfatizado as inúmeras lesões que sofreram e de como isso os afetas até por anos depois do ocorrido. Seja pela doença que os faz ter que continuar lutando pela sobrevivência ou até mesmo ter que estar em um país desconhecido sem ter notícias de parentes, carregando a aflição de não saber se estão vivos ou mortos, o livro nos mostra que o sofrimento dos judeus foi realmente muito além dos campos de concentração.  

[...] Ontem fui ao cemitério daqui. Eu tinha esperança de que os meus, nas profundezas de um túmulo coletivo, talvez fossem sacudidos por uma memória maior que a humana... É isso. [...]
Pg. 78


Não quero desmerecer a história de amor do casal, até porque, é realmente algo muito bonito e representa um novo recomeço para eles, passando ao leitor que realmente vale a pena seguir em frente e esquecer as coisas ruins do passado. Outra coisa linda no livro é amizade entre os sobreviventes e de como mesmo nas situações complicadas, eles ainda arrumavam um motivo para cantar e dançar.
O livro é realmente muito impactante e nos faz refletir em vários momentos. Indico muito a leitura até para quem não tem o costume de ler livros que mencionem o holocausto e suas consequências. Se você é do tipo de pessoa que não gosta de assuntos tão pesados por se sentir mal lendo (eu sou uma delas), mas quer conhecer um pouco o que os húngaros judeus passaram pode ler sem receio.   

Espero que vocês tenham gostado da postagem de hoje! 
Até a próxima!
Por: Ellen Diniz

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